Data de nascimento - 13.08.2008

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Profissão X Maternidade

Vou falar de novo de assunto aqui. Já falei outra vez, quando decidi não voltar a trabalhar após o nascimento do Henry. Porém o tempo passa, e as idéias vão amadurecendo.
Emitir uma opinião sobre o assunto, tão polêmico, assim que ele acontece é uma coisa, emitir uma opinião tempos depois é outra.

Vamos lá:
Voltar ao trabalho ou não após o nascimento do filho. Tudo tem prós e contras, portanto, não pense que decisão será melhor, pois ambas exigirão sacrifício e te darão uma certa satisfação. O que se tem que levar em conta são as circunstâncias e os seus valores, como pessoa e como família.

No meu caso, eu já não era muito fã do trabalho que vinha realizando, mais especificamente do ambiente de trabalho, da empresa, extremamente perversa e competitiva. Já planejava (e desejava! o mais importante) não trabalhar mais nesse formato- carteira assinada, ponto pra bater, chefe para tolerar, cobranças para atender.
Em função disso, simultaneamente busquei uma outra opção, e na semana em que fiquei sabendo que estava grávida, também soube da aprovação em um mestrado na universidade federal. Levei o trabalho, a gravidez e o primeiro ano de mestrado tudo junto!
Somado à esse novo caminho que começou a se desenhar para minha vida profissão, não tenho família aqui em Curitiba que possa me dar um apoio nos cuidados com o Henry, e a empresa que trabalhava ficava há uma hora de distância da minha casa.

Foi assim, uma conjunção de fatores que me levaram a decidir não voltar a trabalhar, não foi apenas uma decisão, a vida foi mostrando as opções (sinais sutis). Contudo, é difícil se libertar do monstro do 'salário', reinventar a vida num outro formato - como mãe, dona-de-casa. Hà a solidão nesse trabalho, não há colegas de trabalho. A sensação de um certo vazio e de estar 'desconectada' do mundo, como se todos tivessem passado a sua frente e você ficou para trás. Por não ter voltado a trabalhar, somente agora, após um ano de vida do Henry é que sinto que a vida começa a voltar o normal, aquela sensação de dieta, pós parto, retomada, se extendeu mais do que pos 5 meses de licença.

Volte e meia eu paro pra pensar em como seria SE.... não conseguiria viver com a culpa de não estar cuidando do meu próprio filho, isso seria muito sofrido. Não conseguiria conciliar o meu cansaço do dia de trabalho com a necessidade de dar atenção a ele. Apesar de toda dificuldade, estranheza e  rotina que enfrento hoje... poderia ser muito pior.

Mas essa decisão eu só pude tomar em total acordo comigo mesma, com minha consciência em primeiro lugar, e com meu marido que sempre me apoiou. Hoje, eu ganho uma bolsa de estudo do mestrado que me permite deixar o Henry meio período numa escolinha bem pertinho daqui de casa, desde os 10 meses de idade, e nesse período me dedico aos estudos e outras atividades, o que tem me feito muito bem!

Tenho planos profissionais pro futuro SIM, nosso padrão de vida alterou muito SIM, sou muito criticada pela minha família SIM (por ter 'largado a carreira'), sofro preconceito de outras mulheres SIM.

Mas essa são algumas consequencias dessa minha escolha.

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